A escola, a requalificação do espaço e o nosso patrono

 

A Escola Básica Manuel do Nascimento, sede do Agrupamento, situa-se  a poucos metros do coração da vila de Monchique. 

 

Requalificação do espaço

Neste momento, alvo de intervenção para qualificação de diversos espaços escolares, funciona com o complemento de monoblocos, para determinadas serviços, e não só. Entretanto, aguarda-se com expectativa a finalização das obras.

 

Manuel do Nascimento, o nosso patrono 

 "Músicos, escritores, médicos, políticos, entre outras profissões, muitos foram os algarvios que se destacaram durante o século XX. (...)

Manuel do Nascimento Correia nasceu em Monchique, filho de um comerciante de madeiras, estudou química na Escola Técnica de Lisboa, mas foi como jornalista, escritor neorrealista e editor que se destacou. Após os estudos começou a trabalhar como engenheiro de minas, nas Minas de Jales, uma sobrevivência que o marcou profundamente para o resto da vida e que está presente na sua obra.

O contacto diário com os mineiros, com as suas precárias condições de vida e as doenças associadas a esta profissão, de que ele também sofreu, aliado à sua condição humana despertaram no jovem engenheiro uma forte consciência social.

Para se curar dos problemas respiratórios Manuel Nascimento regressa à sua terra natal e aos ares puros da serra e é durante a sua estadia em Monchique, mas também nas Caldas, que escreve em 1951 “O Roteiro da Província do Algarve”.

Regressa a Lisboa, chega a viver no Porto, onde foi diretor do jornal Primeiro de Janeiro, e dedica-se ao jornalismo, ao trabalho de editor e à atividade literária. “Mineiros”, “Eu Queria Viver”, “O Aço Mudou de Têmpera”, “Agonia”, “O Último Espectáculo” são os títulos de algumas obras. As questões da igualdade, da percaridade do trabalho e das condições de vida dos mais pobres foram uma constante na sua obra literária, razão pela qual chegou a ser perseguido pela PIDE e alguns dos seus livros censurados.

Em Monchique dá nome à Escola Básica Manuel do Nascimento e a Junta de Freguesia de Monchique tem promovido várias iniciativas para dar a conhecer este ilustre Monchiqueiro, como é o caso da reedição da obra “O Aço Mudou de Têmpera””.

 

Direção Regional de Cultura do Algarve, 21 de agosto de 2020

 

in https//www.facebook.com/drculturaalgarve/posts/3476651665687524, consultado em 11/09/2024

 

"O Último Espectáculo", publicado pela 1.ª vez em 1955

"O Aço Mudou de Têmpera", publicado pela 1.ª vez em 1946